a câmara dos comuns

do Lat. commune: adj. 2 gén., que pertence simultaneamente a mais que um; normal; usual; feito em comunidade


O Regresso do Bloco Central

Muito se tem falado do pacto entre PS e PSD sobre a justiça.

Aplaudido pelo PR e pelos editores o pacto em sim mesmo é uma mão cheia de muito pouco, e sobretudo não toca no essencial, o combate à corrupção e a morosidade da justiça.

Portugal vive hoje numa situação em que a corrupção alastra corroendo as bases do Estado de Direito. O pacto PS/PSD deixa esta matéria de fora o que nos interpela a efectuar uma reflexão sobre o seu propósito.

Mesmo que sejam cumpridos todos os pontos do pacto (e muitos são positivos) a justiça irá permanecer lenta (porque não houve vontade para atacar as razões do atraso), favorecendo os devedores em relação aos credores.

Fica-se com a ideia que o pacto PS/PSD é essencialmente para fechar Tribunais do interior, limitar as escutas, e retirar direitos aos Magistrados.

É muito pouco e sobretudo é muito pastoso. Em vez de atacar os problemas de frente o pacto PS/PSD limita-se a arranhar os efeitos de alguns dos problemas, não se compreedendo de que forma é que quem recorre à justiça passará a ficar melhor servido pelo Estado.

Perante tão pouco conteúdo o que fica é a novidade da forma, e a novidade é que o PS elegeu o PSD como seu principal aliado ressuscitando a lógica do Bloco Central.

PPB

ps - No CDS logo se ouviram as vozes do costume a acusar o Presidente de não ter tido peso político para estar no pacto de regime. Se fosse o contrário também o Presidente do CDS seria atacado por perder uma oportunidade de evidenciar uma lógica de Bloco Central.

2 Responses to “O Regresso do Bloco Central”

  1. # Anonymous Anónimo

    O CDS está num caminho estreito mas correcto. É reconhecido como pertencendo ao arco da governabilidade mas está de fora do centrão.
    O vosso Presidente pode não ser o mais do mediáticos dos Presidentes e talvez deva procurar sem mais contundente e afirmativo mas honra lhe seja feita não vacila no essencial e mantém o partido como respeitável ou se preferirem votável.

    O Drº PP bem sabe o que teve de trabalhar para transformar o PP num CDS previsível. Entregam o partido ao Nuno Melo e ao Telmo e o partido corre o risco de cair no período Monteirista.

    Um amigo  

  2. # Anonymous Anónimo

    Bem visto PPB (post scriptum incluído).
    Concordo igualmente com o comentário anterior, embora não me pareça que exista o risco de o partido cair no "período Monteirista" se mudar para as mãos do Portas ou de apaniguados deste. O que me parece é que estes não conseguirão fazer o partido crescer pois o seu modelo de partido está gasto.
    Mas não fazia mal que o actual PR marcasse mais o terreno da direita.
    Um abraço.  

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