a câmara dos comuns

do Lat. commune: adj. 2 gén., que pertence simultaneamente a mais que um; normal; usual; feito em comunidade


Coligações e democracia

De todo o período de verão o facto politico que mais me despertou o interesse foi o acordo politico BE / PS para a CML, pelo que significa e sobretudo pelo que pode permitir.

Que me recorde foi a primeira coligação minoritária da história da democracia e foi com toda a certeza a primeira coligação pos eleitoral que o BE integra.

À partida como explicar o interesse de uma coligação pos eleitoral minoritária com a extrema -esquerda?

Como bem assinala André Freire no Publico de 10 de Setembro, este facto é revelador de como pode evoluir o sistema de partidos. André Freire apresenta este acordo como um ensaio para coligações de esquerda plural em semelhança com a praticas de alguns partidos congéneres europeus.

Na verdade ono nosso sistema de partidos o PS não tem conseguido fazer coligações à esquerda o que provoca o que André Freire chama de enviezamento à direita do sistema de partidos.

André Freire apresenta aliás essa debilidade do sistema como um trunfo da direita que deseja que o PS não se consiga entender com a esquerda para ter de governar com a direita.

Percebo bem a mensagem de André Freire. Há de facto latente no nosso sistema de partidos o fantasma do "bloco central" e alguma "direita" desejosa de receber nos braços o PS para governar com ela.

É nessa lógica que vejo com sincera esperança (quem diria???) a coligação PS / BE. Que sejam muito felizes. O sucesso da vossa empreitada é o fim da lógica de bloco central que não é mais do que plasticina e de uma soma de interesses que trava as reformas necessárias.

É bom que em Portugal seja finalmente possível fazer coligações à esquerda e à direita com programas claros e distintos.

Se em vez de uma lógica bloco central + franjas tivermos uma lógica AD e "Esquerda Plural" é possível que se consiga inverter a tendência crescente da abstenção e que o sistema de partidos entre numa nova fase.

PPB

2 Responses to “Coligações e democracia”

  1. # Anonymous Anónimo

    O PS sempre teve dificuldades em fazer coligações à esquerda e esse sempre foi a grande vantagewm da direita.

    Já reparaste que o país é de esquerda mas a direita governou mais anos do que a esquerda?

    Curioso ou talvez não.

    Miguel Saraiva  

  2. # Anonymous Anónimo

    Desculpa mas não concordo. O país é claramente de direita.
    Aliás precebe-se isso nos paises, tendo em conta as ditaduras por que passaram (De direita ou de esquerda)  

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